segunda-feira, 12 de outubro de 2015


Por: Elenilton Cunha




Na prática, com JANGO (João Goulart) foi a primeira vez que o governo olhou para os mais pobres e deixou claro que estava disposto a acabar com o analfabetismo, com a fome e melhorar a distribuição de renda e de terras através das reformas de base aceitas pelo então presidente e por parte significativa do Congresso, isso foi razão para as elites com auxilio do IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática) difundir a crença, errada, de que JANGO era um perigoso comunista. Houve as marchas da "Familia, com Deus pela liberdade" para apoiar o golpe militar.


1- A ditadura se instala (1964-1968):


No cenário da guerra fria os EUA não aceitariam as reformas de JANGO que diminuíam os lucros de suas corporações no país, tampouco deixaria que aquelas políticas se espalhassem no continente. Ainda que a realidade brasileira estivesse estivesse distante do que aconteceu em Cuba, que rompeu com o imperialismo estadunidense de fato, o que acontecia no nosso país era inaceitável aos interesses das corporações estrangeiras. 
Cuba não interferia na economia dos EUA, tinha pouco valor econômico e como a "crise dos misseis" mostrara, seu valor era sobretudo ideológico, mas o Brasil sim, um pais continental com uma economia sólida e com muitas riquezas aos bancários e corporativistas era [e ainda é] muito mais valioso às aves de rapina do nosso continente que a grande ilha caribenha, de forma que os EUA não só financiaram o golpe, mas também deslocaram sua Marinha para nossa costa em apoio aos milicos e à UDN caso houvesse resistência do presidente ou do povo, fato já sinalizado por J. F. Kennedy dias antes e que explica a conivência dos EUA com Cuba e não com o Brasil, ainda que a situação fosse diametralmente oposta.


2- A ditadura aterroriza (1969-1975)



Vale lembrar que nem todos os milicos eram pró-golpe, muitos eram a favor da legalidade do mandato de JANGO, o mais famoso deles foi o Major Amaury Kruel, homem de confiança de João Goulart e um dos que seguravam a derrubada do presidente com sua resistência implacável ao intento dos setores golpistas, o que mantinha certa governabilidade à JANGO com apoio de Brizola no Congresso, porém, um pouco antes do golpe, Kruel simplesmente mudou de ideia, hoje é sabido que ele se vendeu por 6 malas de dólares entregues pela FIESP (Federação das Industrias do Estado de São Paulo) em nome de um banco internacional e abriu caminho para um dos períodos mais sombrios da nossa história.


3- A ditadura não se sustenta (1976-1985)



O saldo destes tristes fatos foi o sucateamento dos serviços públicos como a saúde, que receberia menos de 1% do PIB para seu funcionamento, a educação que com o acordo MEC-USAID foi destruída tanto estruturalmente quanto curricularmente, o saneamento, a politica agrária que conseguiu concentrar mais e mais terras, a fome que matou 5 milhões de nordestinos entre 1977 e 1982, o agravamento da dívida pública criada pelos milicos que hoje toma 47% do nosso PIB e, claro, as torturas, censuras e repressões do regime. O saldo negativo do golpe de Estado é maior, mas estes já servem de exemplo.


PARA REFLETIR:


Capas da revista VEJA à época do golpe militar celebrando-o como uma revolução e rasgando elogios aos generais furibundos latinoamericanos e para a ala mais reacionária e conservadora da nossa sociedade. VEJA e todos os grandes
veículos de "desinformação" do Brasil foram colaboracionistas com o golpe de 64.


Em 64 existia o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) um "think thank" que financiava o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPÊS), responsável pelas teorias da conspiração contra João Goulart para legitimar a ação golpista dos liberais conservadores da União Democrática Nacional (UDN) ante a sociedade civil e pressionar as forças armadas pela tomada do poder à força.

Foi através das ações do IPÊS que as marchas da "Familia com Deus pela liberdade" puderam acontecer, pois através do medo generalizado e da desinformação que instauraram fizeram o povo sair às ruas contra a "ditadura comunista fascista" (sim, isso mesmo, eles falavam assim) de JANGO e exigir um golpe militar.




GLOBO, VEJA, Estadão e Folha de S. Paulo são as principais vozes do IMIL, Instituto financiado pelas corporações e bancos
estrangeiros. Pautas programadas e sincrônicas é parte da tática do grupo que unido tentam em conluio implantar sua agenda
politica de retrocessos para o Brasil. 


Em 2015 temos o Instituto Millenium (IMIL) um "think thank" que sustenta as ações da VEJA, do GLOBO, da Folha de S. Paulo, do Estadão e associados com suas teorias da conspiração contra o governo para legitimar o golpe dos liberais conservadores do Democratas (DEM)  e aliados ante a sociedade civil. Se possível, por via de outro golpe militar.


É através do IMIL que as marchas dos “coxinhas” podem acontecer, pois através do medo generalizado e da desinformação que instauram eles fazem o povo sair às ruas contra a "ditadura nazi-fascista comunista" (sim sim, eles falam isso) de Dilma Roussef e exigir um golpe militar.

Pensem nisso.


Editora ABRIL sempre minimizou o golpe e nunca deixou de flertar com o regime.






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