quarta-feira, 22 de abril de 2015


Por Luciana Genro



Mesmo sem a cobertura da grande mídia, as manifestações do dia 15 de abril foram muito significativas. A classe trabalhadora brasileira, de norte a sul do país, mostrou sua força e obteve uma vitória, ainda que parcial: o adiamento da votação das emendas ao projeto das terceirizações no Congresso.

Os parlamentares se surpreenderam com a força das ruas e com os métodos de luta do movimento operário: greves e paralisações. Mas o Congresso é dominado pelos interesses dos grandes empresários. Por isso, não podemos depositar nenhuma confiança no Parlamento, que também é marcado pela corrupção. Somente com a força das ruas podemos barrar o projeto das terceirizações.

Os trabalhadores mostraram que estão conscientes da ameaça representada pelo ajuste fiscal do governo Dilma/Levy. As expressões mais evidentes desta ameaça são as medidas provisórias 664 e 665, que atacam os direitos à pensão por morte e de acesso ao seguro-desemprego. Para se ter uma ideia, se for aprovada pelo Congresso Nacional, a MP 665 vai deixar, a cada ano, 4,8 milhões de brasileiros sem seguro-desemprego.

O dia 15 de abril também foi importante por que consistiu na unidade dos trabalhadores, através da centrais sindicais e movimentos sociais, para derrotar o projeto das terceirizações. CUT, Conlutas, MTST, MST, movimentos de juventude como o Juntos, e vários sindicatos estiveram unidos na convocação das mobilizações. A unidade na luta é a grande arma do povo para enfrentar os interesses da classe dominante.

O grande escândalo ficou por conta da cobertura midiática, totalmente diferente daquela dada às manifestações domingueiras. O Jornal Nacional minimizou a pauta, e ainda colocou o arqui-pelego Paulinho da Força Sindical a defender o PL das terceirizações, além dos seus “especialistas” de plantão, que dizem exatamente o que a burguesia deseja que o povo acredite.


Mas isso não é de surpreender. Sabemos muito bem a serviço de quem estão os grandes meio de comunicação. A luta vai continuar. Barrar a lei das terceirizações e o ajuste fiscal é um desafio posto para o conjunto da esquerda e para toda a classe trabalhadora. Nós do PSOL estamos empenhados e comprometidos com esta causa!

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